O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou neste domingo (23) que as ações judiciais e as investigações sobre os atos de vandalismo do 8 de Janeiro vão “trazer holofotes para gente que ainda está escondida nas sombras”. O ministro ainda classificou os participantes dos atos como “golpistas” e disse que alguns deles “permanecerão muitos anos no cárcere”.
“Os ‘valentes fakes’ planejaram, incitaram, conspiraram, financiaram, jogaram pedras e esconderam as mãos sujas. E ainda têm a petulância de apontar tais dedos sujos para as vítimas dos crimes. Tenham certeza: a lei sempre vence e vencerá novamente”, afirmou o ministro em uma postagem nas redes sociais.
Dino é um dos alvos dos parlamentares da oposição, que quer investigar em uma CPMI (Comissão Parmanetar Mista de Inquérito) a depredação das sedes dos três Poderes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprometeu-se a ler o requerimento de instalação da comissão na próxima sessão do Congresso, em 26 de abril.
Inicialmente, a base governista era contra a instalação da comissão, mas mudou de posicionamento após o vazamento de imagens que mostram o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Gonçalves Dias no Palácio do Planalto no dia dos atos de vandalismo.
Agora, a intenção dos governistas é destacar os quadros mais experientes e treinados do Senado para neutralizar a narrativa da oposição sobre a eventual responsabilidade do ministro da Justiça e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no episódio.
Segundo o vice-líder do governo no Congresso, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), os aliados do presidente Lula vão entrar na briga pela presidência e pela relatoria da CPMI. Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) devem ser indicados para compor a comissão pelo lado do governo.