O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Alencar, pode ser destituído do cargo na próxima semana. Isso porque o conselho de diretores da Fiesp marcou uma reunião que vai definir o futuro do empresário.
A maioria dos sindicatos com poder de voto interpelaram a conduta de Josué Alencar à frente da Fiesp. O grupo apresentou um texto com 12 justificativas detalhadas do que seriam condutas incompatíveis com a federação.
“A atuação do presidente denotam desvirtuamento dos fins estabelecidos nos estatutos da Fiesp mediante a defesa de ideias incompatíveis com os interesses dos sindicatos filiados e com os anseios das categorias industriais representadas, nos termos das correspondências encaminhadas ao diretor presidente, datadas de 10 de outubro de 2022 e 16 de novembro de 2022, bem como no requerimento protocolado na secretaria da Fiesp datado de 23 de novembro de 2022”, informa trecho do documento, obtido pelo jornal O Globo.
Entre os argumentos contra Alencar, há a suposta nomeação de assessores dele com acesso a informações e poder de decisão. Os sindicatos afirmam que essas funções deveriam estar a cargo da direção e de funcionários da Fiesp.
Outra insatisfação é a assinatura de Alencar constar em uma carta considerada de apoio a então candidato Lula, durante a eleição. O documento seria a favor da democracia. Menos de 15% dos filiados da Fiesp rubricaram o texto.
Há ainda a justificativa de que Alencar não dedica tempo às reuniões com os sindicatos e que não ouve as demandas dos filiados.
Filho de José Alencar, vice-presidente de Lula falecido em 2011, Josué Alencar comanda a Fiesp desde o começo deste ano, após a saída do empresário Paulo Skaf. Nascido em Minas Gerais, Alencar mora em São Paulo há 35 anos. Presidiu a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção, na qual é atualmente presidente honorário. Também foi presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
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