O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) discursou na tarde deste domingo, 4, em Curitiba. Ao se dirigir ao público que foi às ruas da capital paranaense em defesa de seu mandato parlamentar, ele prometeu lutar contra corruptos e corruptores.
“Vemos o sistema corrupto reagir”, disse Dallagnol. “E nós temos que tomar uma decisão hoje: se vamos deixar que eles vençam, e nós saímos derrotados, ou se nós vamos lutar”, prosseguiu o parlamentar, que ouviu como resposta das pessoas que compareceram ao protesto: “Lutar!”
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Ao discursar em cima de um trio elétrico, ele valorizou o trabalho da Lava Jato. Durante anos, Dallagnol foi o coordenador da força-tarefa da operação. De acordo com ele, a ação foi responsável por devolver aos cofres públicos cerca de R$ 15 bilhões. O ex-procurador também falou em mais de 500 acusados, 170 condenados e cerca de 100 presos.
Dallagnol afirmou, nesse sentido, que não pretende viver em um país onde, nas palavras dele, um condenado por corrupção está na Presidência da República. Enquanto isso, conforme ressaltou, quem lutou contra corruptos teme ir parar atrás das grades.
A manifestação em favor do mandato de Dallagnol contou, por exemplo, com as presenças dos senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Além disso, oito deputados federais foram prestar apoio ao ex-procurador da Lava Jato, assim como políticos locais do Paraná.
A ação de Dallagnol para seguir como deputado
Deltan Dallagnol vai tentar manter o cargo de deputado federal por meio do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele acionou a Corte depois de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido da sua candidatura ao cargo parlamentar.
Em julgamento em 16 de maio, o TSE entendeu que o ex-procurador tentou burlar a Lei da Ficha Limpa ao deixar o Ministério Público diante da possibilidade de ser alvo de processos administrativos. A unanimidade contra ele no tribunal se formou em menos de dois minutos de discussão.
Com a decisão, a Justiça Eleitoral anulou os mais de 344 mil votos que Dallagnol recebeu nas eleições do ano passado. Na tentativa, no entanto, para seguir com o mandato, ele recorreu ao STF. No Supremo, o relator do caso será o ministro Dias Toffoli.
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