A Universidade Federal do Rio de Janeiro concedeu o título de doutor honoris causa a Lima Barreto, um dos precursores da literatura brasileira moderna.
Para a professora Beatriz Resende, da Faculdade de Letras da UFRJ, a homenagem póstuma é um reconhecimento ao trabalho do escritor, que usou a literatura para falar de temas como racismo e desigualdade social.
Nascido no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1881, Afonso Henriques de Lima Barreto, autor obras como O homem que sabia javanês e Triste Fim de Policarpo Quaresma, tinha na escrita a sua voz, o seu grito por liberdade e justiça.
Fundador da revista Floreal, ingressou no jornalismo em 1905, como repórter do Correio da Manhã.
Na literatura, escreveu suas obras na primeira década do século XX, denominado de Pré-Modernismo. Dono de um estilo próprio, foi muitas vezes incompreendido e criticado pelos letrados tradicionais da época.
Segundo historiadores, o racismo e a perseguição deixaram um rastro de dor e tristeza na vida de Lima Barreto, homem negro, do povo, que chegou a escrever em seu diário: “É triste não ser branco”.
Vítima de um problema cardíaco, Lima Barreto morreu no Rio de Janeiro, em novembro de 1922, aos 41 anos.