A Portuguesa perdeu a primeira de várias decisões que terá até o final do campeonato para permanecer no Paulistão. No primeiro confronto contra uma equipe do mesmo nível e sem divisão, a Portuguesa demonstrou aquilo que nós alertamos desde o anúncio dos reforços: é um time ruim, com cara e jeito de A2.
+ Mazola Júnior não é mais o técnico da Portuguesa
Se não bastasse todos os alertas, o treinador Mazola Júnior, mais uma vez, insistiu em manter a escalação que foi surrada pelo time misto do São Paulo. Um claro recado ao torcedor que ele morrerá abraçado com as inúmeras contratações indicadas por ele e chanceladas pelo executivo de futebol Toninho Cecílio.
Cecílio, inclusive, deu um show à parte no camarote da diretoria durante e após o jogo. Xingando arbitragem os 90 mins e disparando contra FPF em uma coletiva improvisada ao final da partida (propiciando um dos momentos mais vexatórios da história).
Alegou que era o segundo erro crasso contra a Portuguesa no Paulistão. O que ele se esqueceu é que ontem Madison deu uma entrada criminosa com míseros 20 SEGUNDOS DE JOGO e uma cotovelada ainda no 1º tempo, estando amarelado, que Victor Ramos, zagueiro mais famoso pela vida fora dos gramados (ah se a bola fosse uma Panicat…não perderia uma dividida) participou ativamente em cinco dos nove gols sofridos no campeonato e que João Victor (contratação do treinador e terceiro reserva do Ituano) não acertou nem 50% dos passes que tentou.
A Portuguesa é um deserto de ideias dentro e fora de campo. As muletas para se escorar já começaram na vexatória entrevista. A arbitragem por acaso contratou João Victor e Victor Ramos? O Água Santa, que não tem divisão, mas possui uma folha de Série B (palavras de Cecílio), apostou em um treinador decadente como Mazola?
Um time que troca menos da metade dos passes do adversário não pode terminar a partida com menos de 60% de acerto nesse fundamento. Ainda mais quando a proposta é jogar por uma bola no erro do adversário. Como terá efetividade se as peças que devem conduzir a bola não acertam nem 50% dos passes (caso do João Victor)?
Para um time que o presidente declarou em entrevista que a folha salarial é de 1 milhão e 100 mil reais, fica nítido que gastaram mal o dinheiro, trazendo o que apareceu na frente e aceitando mais uma vez opiniões de treinador sem qualquer investigação ou questionamento.
Nos livramos de Mancha, Cesinha e Gustavo França para ver o time trazer Bortoluzo, João Victor e Lucas Nathan (com toda certeza pagando mais caro). Um time que aposta na revelação sub-20, mas com um treinador que crítica abertamente o jogador.
No show de horror que chamamos de coletiva, Toninho garantiu Mazola, o que assegura automaticamente sua permanência. Afinal, quem aqui irá assumir que errou, colocando em cheque sua permanência em um cargo que o presidente aceita tudo de alguém que diz entender de futebol?
É importante lembrar que Castanheira, que adora um microfone para falar dos seus incríveis feitos que não passam de mera obrigação, caiu no conto de Cecílio e Mazola, assim como caiu nas histórias de Flávio Alves e Fernando Marchiori. Os dois últimos lotaram o elenco em 2021 trazendo cerca de 60 atletas para jogar uma Série D e uma Copa Paulista, campeonatos que são totalmente deficitários, ainda mais para um clube que não tem renda fixa e precisa pagar os credores. Morremos no caminho nas duas disputas.
Sobre a parte financeira, existe um desencontro entre presidente e diretor de futebol. Um alega que gastamos 1 milhão e 100 mil (mês), o outro diz que o Água Santa gasta o dobro da Portuguesa. Quem está falando a verdade? No Canindé é difícil saber. Talvez nenhum dos dois é a hipótese mais provável.
Parafraseando o que Cecílio disse na fajuta coletiva: ‘Aqui não tem vagabundo e nem palhaço’. Essa torcida está cansada de mentiras, desculpas e promessas.
Sabemos que a nossa briga é contra o rebaixamento. Não passamos oito anos sofrendo no limbo, sonhando por jogos grandes e competições de elite para cair de forma bizarra, vexatória e medíocre.
O presidente Castanheira, como bom vendedor de seguros que é, agora tenta vender ao torcedor culpas e expectativas furadas. Inclusive a ‘apólice de culpa’ pela venda do mando. Sendo que não é a torcida que gerencia o clube. Não somos nós os responsáveis pelo aumento das dívidas a curto prazo. O que explica a desesperada venda de mando mal contada.
A Portuguesa contraria aquele clichê do “voltou para onde jamais deveria ter saído”. Parece que voltou para onde jamais deveria ter voltado. Nitidamente não entenderam o que é o Paulistão.
* Tiago Cabral, 33 anos, privilegiado por ter visto a última era de ouro da Portuguesa. Súdito de Capitão, cover fracassado de Clemer e o maior anticandinho do Pari. Corneteiro profissional com análises totalmente ácidas quando se trata da Lusa.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA