Com a ajuda do triângulo, instrumento comum no forró, a escola de samba Porto da Pedra volta este ano aos desfiles do grupo especial, abrindo no domingo de carnaval com o enredo “Lunário Perpétuo – A profética do saber popular”.
O Lunário é um almanaque formado por saberes populares que remetem à era medieval. O astrônomo e naturalista espanhol Jerónimo Cortés transcreveu esses saberes em 1594, e o livreto ganhou notoriedade no velho continente, ao servir como conselheiro e orientador de homens e mulheres de forma esotérica, cultural e social.
Chegou ao Brasil com a família real, e durante 200 anos foi o livro mais lido no Nordeste brasileiro, como explica o carnavalesco Mauro Quintaes.
A vermelho e branco de São Gonçalo vai fazer uma homenagem ao brincante Antônio Nóbrega, multiartista pernambucano que representa o Lunário Perpétuo no contemporâneo. Nóbrega considera essa homenagem um presente.
Já a Beija-Flor, segunda escola do grupo especial a desfilar no domingo, vai levar para avenida o enredo “Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, uma homenagem a cidade de Maceió por meio do personagem Benedito ou Rás Gonguila.
O carnavalesco da agremiação, João Vitor Araújo, detalha a vida desse personagem, um filho de escravizados que acreditava ser descendente da realeza da Etiópia e a importância dele para a formação do carnaval de Maceió.
Ya Temi Xoa! Em Yanomami significa “Ainda estou vivo” e é dessa forma que o Salgueiro canta na avenida a defesa dos povos originários e da natureza, através da cultura Yanomami.
A vermelho e branco da Tijuca é a terceira escola a entrar na Marquês de Sapucaí e traz o enredo “Hutukara”, do carnavalesco Edson Pereira. O enredista do Salgueiro, Igor Ricardo, destaca que a missão da escola é mostrar a essência do povo Yanomami.
Mais três agremiações desfilam no domingo de Carnaval: Grande Rio, Unidos da Tijuca e Imperatriz.