Quilombo Dona Bilina no Rio vai doar alimentos a 100 famílias carentes

Cultura

A produção agrícola do quilombo Dona Bilina, localizado no bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, vai atender 100 famílias em situação de insegurança alimentar. O quilombo é um dos que passaram a vender sua produção para a União através do Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal. Os produtos são doados à famílias vulneráveis, organizações assistenciais, equipamentos públicos, restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos.

A presidente do quilombo Dona Bilina, Leonídia Insfran, destaca a importância de dar visibilidade à agricultura quilombola, gerando renda e conhecimento para as famílias agricultoras. 

Leonídia acrescenta que o quilombo ainda tem uma contribuição importante, que é a de levar alimentos saudáveis, produzidos sem agrotóxicos, para a mesa de famílias vulneráveis. 

A agricultora Sueli de Oliveira destaca que o alimento do quilombo, além de não levar agrotóxicos, é cultivado de forma especial. 

Penha da Silva, coordenadora do Coletivo Todas Unidas, que reúne as mulheres e famílias que receberão os alimentos afirma que as cestas vão chegar em boa hora.  

O quilombo tem parte do seu território nos limites do Parque Estadual da Pedra Branca. Um campesinato de origem negra e mestiça se formou no local ainda no século XVI, durante a ocupação colonial da região. Esses agricultores criaram ao longo do tempo uma identidade com o local ligada a ancestralidade,  ao meio ambiente e aos saberes da terra. Eles se articularam contra a opressão colonial-escravocrata e foram a base de formação do quilombo Dona Bilina.  

Em 2017, o quilombo recebeu a certificação da Fundação Cultural Palmares. O nome Dona Bilina é uma homenagem a uma lavradora negra, que também era rezadeira e parteira local.  

O novo formato do Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal, lançado este ano, prevê o fomento da agricultura familiar de povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais, assentados da reforma agrária, negros, mulheres e a juventude rural. 

Fonte-Agência Brasil

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