Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir a linguagem neutra em Rondônia, docentes do Distrito Federal (DF) discutem adotar o dialeto não binário. Para a diretora do Sindicato de Professores do DF (Sinpro-DF), Marcia Gilda, a medida tem de ser reconhecida nas salas de aula.
“A linguagem neutra permite que todas as pessoas tenham o direito de existir”, disse Marcia, ao site do Sinpro DF. “Ainda temos vários professores e professoras que não concordam ou questionam a linguagem neutra. Uns acham que é mudar a língua portuguesa. E não é nada disso.”
Segundo a diretora do sindicato, há muitos “professores e professoras severamente perseguidos” por usarem a linguagem neutra.
Marcia disse ainda que o papel da escola é “colaborar na formação de pessoas que reconheçam e respeitem a diversidade” e falou em liberdade de cátedra.
Na semana passada, o STF derrubou uma lei de Rondônia que impedia o uso do dialeto não binário.
A decisão plena do STF deve atingir leis semelhantes aprovadas em outros Estados e municípios. Isso porque a decisão produz o chamado efeito vinculante, firmando entendimento a ser aplicado em casos similares.
Em 2021, a Assembleia do Estado barrou o dialeto na grade curricular e no material didático de instituições de ensino locais, públicas ou privadas, além de editais de concursos públicos. O governador chancelou o texto.
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