Os presidentes dos 11 países da América do Sul que estiveram em Brasília nesta terça-feira (30), defenderam, depois de reunião de cúpula, cooperação econômica entre as nações, “tendo como meta uma efetiva área de livre comércio sul-americana”. Em consenso divulgado após a reunião, os chefes de Estado listaram nove tópicos de concordância.
Eles combinaram de se reunir novamente em breve, em data a ser definida, para “repassar o andamento das iniciativas de cooperação sul-americana e determinar os próximos passos a serem tomados”. Os líderes decidiram criar um grupo, composto pelos ministros de Relações Exteriores de cada país, para discussão das “experiências dos mecanismos sul-americanos de integração”.
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Os presidentes destacaram que o continente é “uma região de paz e cooperação baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos”. Entre os participantes da cúpula, recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estava o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os chefes de Estado admitiram que o mundo enfrenta crises em diversas frentes, principalmente na questão climática e em relação à paz entre nações e à segurança internacional. As dificuldades enfrentadas incluem “pressões sobre as cadeias de alimentos e energia, riscos de novas pandemias, aumento de desigualdades sociais e ameaças à estabilidade institucional e democrática”.
“Comprometeram-se a trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos entre os países da região; a melhoria da infraestrutura e logística; o fortalecimento das cadeias de valor regionais; a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira; a superação das assimetrias; a eliminação de medidas unilaterais; e o acesso a mercados por meio de uma rede de acordos de complementação econômica, inclusive no marco da ALADI [Associação Latino-Americana de Integração], tendo como meta uma efetiva área de livre comércio sul-americana.”
Cúpula
O encontro contou com a participação de todos os líderes da região, com exceção da presidente do Peru, Dina Boluarte. Ela não pôde deixar o país por causa de impedimentos legais internos — a nação vive uma crise política desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo. No lugar, veio o presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.
A cúpula teve um formato mais reservado, sem grandes interrupções ou delegações. O encontro foi dividido em duas sessões. Pela manhã, os convidados foram recebidos por Lula e fizeram discursos de abertura.
À tarde, houve uma conversa mais informal, em formato reduzido, em que cada presidente foi acompanhado pelo respectivo chanceler e apenas um ou dois assessores, de acordo com o governo brasileiro. À noite, Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, oferecem um jantar aos líderes sul-americanos no Palácio da Alvorada.
O objetivo do encontro, de acordo com a Presidência da República, foi promover um diálogo franco entre todos para identificar denominadores comuns, discutir perspectivas para a região e reativar a agenda de cooperação sul-americana em áreas-chave, como saúde, mudança do clima, defesa e energia.