Pilar do samba e da cultura negra: Nelson Sargento faria 100 anos hoje

Cultura

Carioca e morador do morro da Mangueira, Nelson Sargento, um dos mais respeitados nomes do samba, completaria 100 anos nesta quinta-feira, 25 de julho. Infelizmente, ele nos deixou em maio de 2021, vítima de complicações da Covid-19.

Batizado como Nelson Mattos, ele teve o sobrenome “Sargento” incorporado ao nome artístico, como uma referência à patente que alcançou no Exército brasileiro.

O artista viveu quase 97 anos, dos quais 60 foram dedicados ao samba. Começou ainda criança, no Morro do Salgueiro, onde aprendeu a tocar tamborim. Multiartista, também escreveu seu nome como ator, artista plástico, escritor e pesquisador da música popular brasileira.

A voz grave e rouca de Nelson Sargento se tornaria, com o tempo, uma das marcas da elegância do artista no mundo do samba. Além de um importante instrumento na luta contra o racismo e a intolerância. Era na cadência do samba que ele combatia o preconceito com maestria e altivez, como nesse caso que contou durante uma entrevista ao programa Por Acaso, da TV Brasil.

“Eu estava no Galeão, em 1990. estava sozinho com minha malinha, e chegou um daqueles vigilantes do aeroporto: ‘meu tio, pra onde você vai?’. Eu olhei pra cara dele e disse: ‘Eu vou pro Japão’. Ele deu aquela clássica olhada, assim, como quem diz ‘o que é isso?’. E eu senti que ele estava duvidando, e disse pra ele: ‘você só tem três modalidades pra ir ao Japão. Ou você é atleta, ou é milionário ou você faz samba. Eu faço samba’”.

O autor do clássico “Agoniza, mas não morre”, Nelson Sargento compôs cerca de 400 músicas. Ganhou quatro sambas-enredo. Entre eles, “Cântico à Natureza”, regravado por diversos artistas.

O centenário do sambista vai ser celebrado com uma série de atividades por todo o país. O show “Nelson Sargento 100 anos – uma sinfonia imortal” acontece nesta quinta-feira, no Teatro Rival, no centro do Rio de Janeiro.

E um dos maiores símbolos do País, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, será iluminado de verde e rosa — as cores da escola de samba que preencheu de amor o coração de uma das mais altas patentes do samba: Nelson Sargento.

 

*Sonoplastia de Jailton Sodré

Fonte-Agência Brasil

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