Os partidos que compõem a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) estão de olho nos deputados distritais que deixaram ou vão deixar a respectiva legenda. É a chance de fortalecer grupos ou de mudar a composição das bancadas e, consequentemente, a relação de forças no plenário. A deputada Jaqueline Silva deixou o Agir, a deputada Jane Klébia (Agir) confirmou ao R7 que vai sair do partido e o deputado Rogério Morro da Cruz saiu do PMN.
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Todos os três são da base do governo. O R7 apurou que MDB, PL, PP, União Brasil e Republicanos são as principais legendas na disputa pelo trio. Os sem-partido chegaram a se reunir para conversar sobre as propostas que receberam, embora pretendam tomar a decisão sobre a futura agremiação de forma individual.
Os partidos com mais atrativos na disputa são o MDB e o PP. O primeiro tem três parlamentares, Hermeto, Iolando e Wellington Luiz, que ocupa a presidência da Câmara Legislativa, e é a legenda do governador do DF, Ibaneis Rocha. O grupo precisa de mais um distrital para empatar com o PL como maior bancada da Casa. Com dois, passam à frente.
O PP, por sua vez, é o partido da vice-governadora, Celina Leão. A possibilidade de Celina disputar o governo do DF nas próximas eleições é um dos chamarizes. O partido tem dois deputados na CLDF, Peppa e Pastor Daniel de Castro. Com mais um parlamentar, empata com o MDB e o PT no grupo das segundas maiores bancadas. Com dois, empata com o PL.
Desafios internos
Já o PL, se conseguir levar alguém do grupo, segura a posição de maior bancada. Porém, segundo alguns parlamentares, os integrantes do partido ainda não chegaram a um consenso sobre como agir em conjunto nas pautas da CLDF, o que os enfraquece na disputa pelos sem-partido.
O Republicanos e o União Brasil buscam fortalecimento. Cada uma das legendas possui um único parlamentar, situação igual à do Avante e do Cidadania.
Os sem-partido deixaram as agremiações que não atingiram a cláusula de barreira. A consequência, além de perder membros, é que, se as organizações não se fundirem a legendas maiores, nas próximas eleições ficarão sem tempo de rádio e TV ou dinheiro do Fundo Partidário. Nessa situação, deputados eleitos pela legenda ganham o direito de se desfiliarem sem perder o mandato e têm um ano para escolher a nova casa.
De olho no mandato
A deputada Jaqueline Silva destacou que fará a escolha do novo partido com tranquilidade. “Tem alguns partidos falando com a gente. [Com] alguns a gente tem uma relação maior. Temos MDB, PP, partidos que fazem composição com o governo. Governo [de] que faço parte e gosto de fazer. Temos conversado muito, porque não é uma decisão que não é só da deputada Jaqueline. É do grupo da deputada”, disse.
A parlamentar disse que também conversou com PL, Republicanos e União Brasil. “O PL é o partido que tem a maior bancada e se fortalece muito na Casa. E é também uma oportunidade para que partidos que não têm essa força se façam fortes. Mas temos tempo para tomar essa decisão. Mudar de partido não é trocar de roupa. É encontrar um lugar para dar seguimento a um trabalho”, avaliou.
Do trio, Jane Klébia é a única que ainda não deixou a legenda. Ela disse, no entanto, que escutou “conselhos e propostas para melhor desenvolvimento do mandato parlamentar”. “Fui procurada por muitos partidos. Contudo, os diálogos mais próximos têm sido com MDB, União Brasil, PP e Republicanos. Com calma, tomarei a decisão e farei todo o processo, de forma muito amistosa, quando tiver definido a minha nova filiação”, disse.
Para Morro da Cruz, o momento é de “cautela”. Questionado sobre a possível mudança na correlação de forças, ele afirmou que “tudo pode acontecer”. “Saí do PMN por causa da cláusula de barreira, mas o clima [com o partido] é muito bom. Tenho tempo para analisar qual será o meu caminho. Preciso achar um lugar que me deixe confortável para defender a família e a sociedade, o bem-estar da população”, declarou.