O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), escolhido para comandar a Secretaria das Relações Institucionais no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou a recriação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como Conselhão. A informação foi dada nesta sexta-feira (26) na entrada do hotel onde o presidente eleito fica hospedado e realiza reuniões com membros da equipe e aliados.
“O Conselhão vai ser um dos instrumentos da união nacional, da construção de consenso e do debate para enfrentar os grandes desafios”, afirmou Padilha, completando que os trabalhos ficarão sob a responsabilidade da Secretaria das Relações Institucionais.
A volta da estrutura foi promessa de campanha de Lula e anunciada no primeiro discurso como presidente eleito. “Há vontade e disposição do presidente Lula de retomarmos o mecanismo de diálogo social, de construção de consensos que reúnam empresários, trabalhadores, pessoas das universidades, representantes da sociedade civil. O Brasil precisa voltar a se unir”, defendeu Padilha.
O Conselhão é um órgão consultivo da Presidência da República para promover o diálogo entre o governo federal e a sociedade civil. O objetivo é aproximar a sociedade da formulação de políticas públicas e de estreitar a relação com o Congresso e representantes dos Executivos locais.
Entre os assuntos prioritários para discussão, Padilha afirmou que há necessidade de “enfrentar a grave emergência social e ambiental”. A recuperação da defasagem educacional e a diminuição das filas de hospitais também foram citadas pelo futuro ministro. “Precisamos retomar o crescimento sustentável, com estabilidade. Esse vai ser um debate permanente no Conselhão.”
O CDES foi revogado em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) junto a outros 54 colegiados da administração pública federal. O conselho foi criado em 2003, no primeiro mandato de Lula, e era composto por mais de 90 representantes da sociedade civil, sendo grande parte de empresários.
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Padilha ainda afirmou já ter definido nomes para a pasta que comandará e que os convites estão sendo feitos, mas que os anúncios ocorrerão apenas após a posse de Lula, a partir do dia 1º de janeiro. O futuro ministro disse que vai mesclar novos nomes com figuras experientes que “sabem o que é o trato ali no Palácio do Planalto”.
Sobre as 16 indicações que restam para os ministérios, Padilha disse que as conversas entre Lula e lideranças partidárias ainda estão ocorrendo, mas que todos os nomes estarão firmados até a posse.