Prestes a completar 89 anos, José Hamilton Ribeiro – um dos mais consagrados jornalistas brasileiros – é o principal personagem da exposição O gosto da guerra. A mostra fotográfica está em cartaz a partir desta semana, no Museu da Imagem e do Som, na capital paulista.
A exposição apresenta uma seleção de fotografias sobre a história do repórter Zé Hamilton, como é mais conhecido, na Guerra do Vietnã. Em março de 1968, ele era correspondente da revista Realidade, quando pisou em uma mina. Com a explosão, o jornalista perdeu parte da perna esquerda.
Em 1969, um ano após o acidente no Vietnã, o relato do tempo que passou na guerra e a sua própria história viraram o livro reportagem chamado O gosto da Guerra. Cinquenta e cinco anos depois, o jornalista relança uma nova edição do livro que dá nome também à exposição.
Para Zé Hamilton, o gosto da guerra é o gosto de terra, pólvora e sangue. Até hoje o premiado jornalista ainda crê que a presença de repórteres em zonas de conflito é imprescindível para mostrar os custos humanos e o impacto direto na realidade que uma guerra causa.
Com curadoria de Teté Ribeiro, filha de Zé Hamilton, a mostra destaca também o trabalho de cinco outros brasileiros correspondentes de guerra do século 20.
Nas fotografias de André Liohn, as batalhas da África. Nas de Hélio Campos Mello, imagens da cobertura da primeira Guerra do Golfo, no Oriente Médio. Pelas lentes do repórter Yan Boechat, restos de um tanque ucraniano em uma plantação de girassóis, registrado em março de 2023. Sob o olhar dos jornalistas brasileiros, conflitos armados que abalaram o mundo nos últimos 60 anos.
Quem quiser visitar a exposição em São Paulo, vai ter que correr. A mostra fica em cartaz só até dia 26 de julho. A entrada é gratuita.