O ex-ministro Aloizio Mercadante, um dos líderes da equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), qualificou como “inaceitável” o impeachment do presidente do Peru, Pedro Castillo. O líder peruano foi afastado do cargo nesta quarta-feira, 7, depois de dizer que dissolveria o Congresso.
“Não sabemos se o primeiro movimento é só uma narrativa de golpe ou se houve realmente uma tentativa de golpe”, observou Mercadante, em coletiva de imprensa realizada nesta tarde. “Qualquer que tenha sido a verdadeira história, é inaceitável. É inaceitável mais uma vez quebrar a institucionalidade, a democracia, o Estado Democrático de Direito.”
O petista acredita que “qualquer tentativa de construir soluções que não passem por eleições limpas e reconhecidas traz inúmeros prejuízos à sociedade”. Mercadante citou como exemplo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e os protestos contra a falta de isonomia no processo eleitoral no pleito deste ano.
Mais cedo, Castillo dissolveu o Congresso, decretou um “governo de exceção” e convocou novas eleições. Pouco depois, os parlamentares aprovaram o impeachment do presidente peruano. Foram 101 votos em favor da deposição. Trata-se da terceira tentativa de impeachment em 16 meses.
A dissolução do Parlamento foi denunciada como “golpe de Estado” pelo presidente do Tribunal Constitucional do Peru, Francisco Morales, pelo ex-presidente Ollanta Humala e pela ex-vice-presidente Dina Boluarte. De acordo com a imprensa local, Castillo foi preso.
O jornal La Republica informou que o político peruano foi levado por policiais até uma delegacia em Lima, capital do país. Castillo e a primeira-dama, Lilia Paredes, foram vistos arrumando as malas momentos antes da prisão do presidente peruano. Eles pretendiam deixar a cidade.