Manto de plumas Tupinambá está no acervo do Museu Nacional, no Rio

Cultura

Uma raridade etnográfica passa a fazer parte do acervo museológico brasileiro. O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, receberá do Museu da Dinamarca um manto de plumas Tupinambá, um dos exemplares mais bem preservados que permanecem até hoje no mundo.

De acordo com a instituição, existem apenas onze destes, todos em museus europeus. A peça é considerada uma das mais valiosas da cultura material dos povos indígenas do Brasil. Era utilizada por pajés durante alguns rituais, nos séculos XVI e XVII, no início da colonização, e foram levadas por viajantes europeus e ofertados à monarcas e famílias nobres.

Feito de penas vermelhas de íbis, a indumentária é um símbolo da resistência do povo Tupinambá, e remete aos primeiros encontros com os europeus que aportavam na costa brasileira. Ele também faz parte das histórias e memórias deste povo, contadas pelos mais velhos.

Os Tupinambá foram os primeiros povos indígenas que os europeus encontraram ao desembarcar na costa leste do Brasil. Suas populosas aldeias se estendiam pelo litoral Atlântico e atualmente o povo resiste no sul da Bahia. O Museu Nacional possui, desde 2006, uma réplica da indumentária, como parte da coleção “Os Primeiros Brasileiros”. O manto foi confeccionado por Glicéria Tupinambá, liderança, professora e cineasta indígena, e não foi atingido pelo incêndio que destruiu grande parte do acervo da instituição em 2018.

Segundo Alexander Kellner, diretor do museu, a previsão é que o manto chegue no Brasil no ano que vem. Ele também reforça a importância desta conquista após o incêndio.

“Nós temos que mostrar ao mundo, e também a nossa sociedade, de uma forma geral, que nós aprendemos com essa tragédia”.

A doação é mais um passo dado pelo Museu na busca de recuperação do acervo atingido pelo incêndio, e resultado de negociação entre a embaixada do Brasil na Dinamarca e o National Museum of Denmark.

O manto passa a fazer parte de uma coleção de artefatos indígenas já existente no Museu Nacional.

Fonte-Agência Brasil

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