Malfalda, de Quino, atravessa gerações e chega aos 60 anos muito atual

Cultura

Há 60 anos era publicada a primeira tirinha em quadrinhos de uma certa personagem argentina que ganhou o mundo. Estamos falando da Mafalda, criada pelo cartunista Joaquín Salvador Lavado, conhecido como Quino, que teve a primeira história publicada nesta data, há seis décadas, no semanário argentino Primera Plana.  
 
A personagem, uma garotinha de apenas seis anos, de classe média argentina, atravessou gerações ao tratar de causas sociais e até questões políticas pesadas. Em seus questionamentos estavam guerra, injustiças, direitos humanos, democracia entre outros assuntos. Tudo com muita ironia e humor sarcástico. Foi assim que ganhou fãs em todo o mundo.  
 
A professora de espanhol e agente de turismo, especialista na Argentina, que mora em Buenos Aires, Tainá Gonçalves, avalia que apesar dos 60 anos, Mafalda nunca “envelheceu”. Ela lembra que o Brasil e o mundo ainda enfrentam muitas das questões que Mafalda falava e conta que como educadora sempre usa as tirinhas da personagem para ensinar muito além do idioma.

“Ela me ajuda a incentivar os alunos, muitos deles são brasileiros, que vêm estudar medicina aqui. Me ajuda a incentivar eles como ser humano, como pensamento crítico, não só como suas formações acadêmicas. E é muito importante pra mim trazendo esse debate de democracia, para que o aluno seja um aluno pensante, formador do mundo e da sociedade. Mafalda, ela nos desafia a não aceitar as coisas como elas são, como elas estão e sempre questionar”, destaca Tainá. 
 
Para a Ilustradora e ativista, May Solimar, que vai ilustrar as prioridades das maiores economias do mundo no G20 em Quadrinhos, no site oficial do fórum das 20 maiores economias do mundo, que acontece no Brasil, em novembro, Mafalda é uma referência para as pessoas que estão atualmente fazendo ativismo através da arte, o artevismo.
 
“Eu vejo a arte muito como uma forma de fazer essa ligação das pessoas com assuntos importantes, de forma democrática, uma forma que todo mundo consegue acessar, consegue entender. Ela traz de uma forma muito fácil as coisas. E a Mafalda, ela tem essa linguagem que até uma criança consegue entender a problematização que ela traz, dá para refletir em cima disso. Então, dá pra falar sobre assuntos sérios com pessoas de várias idades e vários níveis sociais”, explica May.
 
A publicação regular dos quadrinhos da Mafalda foi encerrada há mais de 50 anos, em junho de 1973. Depois disso, Quino ainda chegou a desenhar a famosa personagem em algumas ocasiões comemorativas. O cartunista morreu em 2020. Os quadrinhos da Mafalda foram traduzidos para mais de 30 idiomas e os livros venderam mais de 20 milhões de exemplares só na Argentina.


Fonte-Agência Brasil

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