O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar nesta terça-feira (25) de uma cerimônia de boas-vindas na Assembleia da República Portuguesa. Na sequência, o petista segue para Madri, capital da Espanha.
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Segundo a agenda do petista, ele terá um encontro com centrais sindicais. Além disso, o presidente vai participar do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Espanha. O evento é organizado pela Câmara de Comércio da Espanha e, segundo o Palácio do Planalto, tem a perspectiva de mostrar o Brasil como um país aberto a receber novos investimentos europeus.
O presidente espera assinar ao menos quatro acordos bilaterais com a Espanha, entre eles um memorando de entendimento na área da educação superior com a intenção de aprimorar o intercâmbio e o reconhecimento de estudos de ambos os países. Outro acordo a ser firmado é um convênio na área da seguridade social.
Também há a perspectiva de ser firmado um tratado de cooperação na área do trabalho. O objetivo é ampliar a produtividade de empresas, em especial as de micro e pequeno porte, e o apoio a reformas sindicais.
Outro acordo que o governo brasileiro pretende concluir é relacionado à pesquisa científica. A Presidência da República quer assinar uma carta de intenções para coordenação de projetos bilaterais de desenvolvimento e inovação tecnológica entre empresas brasileiras e espanholas, sobretudo de instituições que atuam com saúde, meio ambiente, mudança climática, transição energética, alimentos, indústria 4.0, produção sustentável, mobilidade e transporte, tecnologias da informação e comunicações.
Durante sua estada na Espanha, Lula também pretende conversar com as autoridades locais sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O assunto deve ser tratado nesta quarta-feira (26), quando o presidente encontra o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
A Espanha é o segundo principal investidor estrangeiro no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Atualmente, de acordo com o governo Lula, o estoque de investimentos espanhóis é de 63 bilhões de dólares. Entre as mais de mil empresas que atuam no mercado brasileiro, os principais setores são o financeiro e o de comunicações.
Agenda em Portugal
A cerimônia de boas-vindas na Assembleia da República Portuguesa está prevista para as 10h. O presidente brasileiro, que chegou ao país na última sexta-feira (21), já encontrou o presidente, Marcelo Rebelo, e o primeiro-ministro, António Costa, além de empresários.
Inicialmente, Lula ia participar também da cerimônia alusiva à Revolução dos Cravos, comemorada em 25 de abril em Portugal. A data marca a Revolução de 1974, que derrubou o regime ditatorial instaurado no país por António de Oliveira Salazar. Um discurso de Lula no Parlamento do país europeu chegou a ser anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho.
No entanto, um grupo de deputados que faz oposição ao primeiro-ministro de Portugal disse que o Parlamento foi desrespeitado com a medida. Posteriormente, os parlamentares portugueses decidiram que Lula vai poder fazer um discurso, mas não na sessão solene dedicada ao 25 de abril, e sim na agenda de boas-vindas.
Viagens
Em 2023, Lula já passou 12 dias no exterior, sem contar com a agenda já realizada em Portugal. Foram cinco destinos internacionais. O último foram os Emirados Árabes Unidos, no dia 15 de abril, quando o presidente assinou dois acordos bilaterais com o país — um sobre mudança do clima e o outro sobre treinamento de diplomatas das duas nacionalidades.
No país do Oriente Médio, Lula afirmou que os EUA e a Europa contribuem para o prolongamento da guerra e defendeu a criação de uma espécie de G20 para restabelecer a paz. A fala causou reação, e a Casa Branca disse que o petista está “papagueando” o discurso adotado pela Rússia para negar que tem culpa pela invasão.
Depois da declaração polêmica, Lula atenuou suas falas sobre a guerra. Em entrevista à TV portuguesa RTP, o petista disse que “nunca” pediu à União Europeia e aos Estados Unidos que tivessem uma postura diferente em relação ao conflito. O presidente afirmou apenas querer que se fale em paz e defendeu uma solução negociada entre Rússia e Ucrânia.