O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para uma reunião no Palácio do Planalto no início da tarde desta segunda-feira (12). No encontro, os dois vão discutir o acordo comercial da União Europeia com o Mercosul. Negociado desde 1999, o acordo entre Mercosul (Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina) e União Europeia se encontra atualmente em fase de revisão, mas há entraves na questão ambiental.
Os países da Europa querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vai resultar no aumento da destruição ambiental no Brasil e nos demais países do Mercosul. Em contrapartida, o Brasil é a favor de que não haja distinção na aplicação de eventuais sanções por descumprimento de metas ambientais, ou seja, que Mercosul e União Europeia sejam penalizadas do mesmo modo.
Em fevereiro, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse publicamente que o tratado não seria possível se os latino-americanos não respeitassem as normas ligadas ao meio ambiente.
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“Um acordo com os países latino-americanos não é possível se não respeitam os acordos de Paris [que envolve o clima] como nós e se não respeitam as mesmas restrições ambientais e sanitárias que nós impusemos aos nossos produtores”, disse Macron, pouco antes de visitar uma grande feira nacional de agricultura.
Lula espera pela conclusão das negociações ainda neste ano. “O Brasil e os sócios do Mercosul estão engajados no diálogo para concluir as negociações com a União Europeia, e esperamos ter boas notícias ainda neste ano. É um acordo muito importante para todos, e queremos que seja equilibrado e que contribua para a reindustrialização do Brasil”, afirmou o presidente.
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No próximo mandato semestral de ambos os blocos, que se inicia em 1º de julho, o Brasil passará a ocupar a presidência temporária do Mercosul, e a Espanha ficará com o cargo equivalente na UE. A medida, segundo Lula, “permitirá avanços substantivos para a conclusão do acordo”.
O encontro entre o presidente brasileiro e Ursula ocorre na retomada das relações com a União Europeia e após avanço em torno de temas que ambos trataram em uma conversa por telefone em 17 de fevereiro. Na ocasião, o Palácio do Planalto informou que eles reforçaram as possibilidades de parcerias econômicas e do eventual acordo.