O Rio de Janeiro, com sua história, cultura e belezas naturais, atrai pessoas do mundo inteiro. Mas e quem nasceu, vive ou trabalha na cidade?
Pode parecer estranho, mas muitas dessas pessoas não conhecem as principais atrações turísticas da capital fluminense, principalmente porque, apesar de campanhas de desconto para os cariocas, a ida aos cartões postais ainda está distante da realidade financeira de muitas famílias.
Mas 25 jovens da comunidade do Caju, na Zona Portuária, quebraram essa realidade e tiveram a chance de ir, pela primeira vez, ao Pão de Açúcar. Eles fazem o curso de fotografia contemporânea, oferecido pelo Favela Hope, projeto social da ONG Favela Mundo. Fundada há 13 anos, é uma entidade comprometida com o desenvolvimento de crianças e jovens em áreas de vulnerabilidade social, através da cultura.
Rafael Benitah é um desses jovens e conta um pouco da experiência de ver de perto um dos ícones mais emblemáticos do turismo no Brasil.
“Eu nunca conheci o Pão de Açúcar, porque é fora das minhas condições. Foi incrível ter participado. As fotos incríveis que eu tirei lá de cima… emocionante você ver o Rio da Janeiro lá do alto. Simplesmente foi maravilhoso o passeio”.
Marcello Andriotti, fundador da ONG, conta que a iniciativa busca capacitar e inspirar os jovens por meio da arte visual. Nas aulas, totalmente gratuitas, os alunos estudam técnicas de fotografia e edição de imagens. Basta ter uma ideia na cabeça e um celular na mão.
“Uma ferramenta que quase todo mundo tem. Serve pra muita coisa além de ver vídeos e se comunicar com os amigos. A gente tá transformando essa ferramenta em um instrumento de trabalho. Para que ele possa gerar renda com esse próprio celular. Então, ele vai aprender a tirar fotos e vender as suas fotos e seus vídeos. Ele vai aprender a manusear uma câmara profissional, mas o grande foco vai ser, realmente, o uso do aparelho celular como fonte de renda”.
Reconhecida pela ONU, como “Modelo de Inclusão Social”, a ONG Favela Mundo já passou por 13 comunidades e beneficiou mais de 18 mil pessoas.