O Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, oficializou a nomenclatura do “Acervo Nosso Sagrado”, que tinha sido tombado em 1938 com os termos racistas de “Museu da Magia Negra”.
A coleção conta com 523 objetos de religiões de matriz africana, apreendidos entre 1889 a 1946 pela polícia fluminense. Desses, 126 são tombados pelo Iphan.
O acervo está desde 2020 sob a guarda do Museu da República, no Rio de Janeiro, em uma Gestão Compartilhada com lideranças religiosas.
Paulo Vidal, Superintendente Regional do IPHAN no Rio, afirmou que a mudança no nome ressignifica os valores atribuídos ao bem e fortalece o combate ao racismo contra as religiões de matriz africana no Brasil.
A mudança no tombamento do bem contou com estudo, parecer e análise do Conselho Consultivo, instância máxima de decisão do Iphan.
Na segunda-feira (19), o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania assinou um acordo de cooperação técnica com a Defensoria Pública da União e o Museu da República, para ampliar o material de pesquisa do Acervo Nosso Sagrado.
O acordo prevê ainda o estudo de mais de 300 inquéritos policiais referentes à coleção.