Patric Uelinton Salomão, um dos criminosos apontados pela Polícia Federal (PF) como responsáveis por planejar ataque contra o senador Sergio Moro (União-PR), foi defendido pelo mesmo advogado que atendeu um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma ação da Lava Jato.
Uelinton, conhecido como “Forjado”, integra a alta cúpula do PCC e foi preso em 2019 pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o grupo do criminoso movimentou ilegalmente cerca de R$ 1 bilhão, entre 2018 e 2019.
Nesse caso, ele foi defendido pelo advogado criminalista Fábio Tofic, que alegou que o nome de Uelinton havia sido usado de maneira errônea durante as investigações contra o PCC. Com isso, Patric ficou livre da acusação e conseguiu liberdade após decisão do juiz Thiago Baldini De Filipp, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
O advogado Fábio Tofic também foi um dos advogados de defesa do empresário Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, em uma investigação sobre supostos repasses ilegais da Oi para as empresas do grupo Gamecorp, entre 2004 e 2016.
Na época, a força-tareda da Lava Jato identificou créditos feitos pela Telemar/Oi em favor do grupo Gamecorp que somam R$ 132 milhões. A Procuradoria chegou a apontar que parte desses recursos foi usada para comprar o sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, pivô da maior condenação imposta ao presidente Lula, de 17 anos de prisão. O petista sempre negou ser o dono da propriedade e teve os processos sobre o caso anulados em 2019.
No caso do processo envolvendo Lulinha, o inquérito foi arquivado pela 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo, em janeiro de 2022, após recomendação do Ministério Público.
Em nota, o escritorio Tofic Simantob, Perez e Ortiz, especializado em Direito Penal, afirmou que “tem compromisso intransigente com o direito de defesa”.
Patric Uelinton no caso Moro
Segundo a PF, Patric integra a alta cúpula do PCC nas ruas, no grupo “Sintonia Final”. Ele estaria diretamente vinculado a traficantes e fornecedores de drogas para a facção, além de ser apontado como o principal responsável por planejar um plano de resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, que envolvia aeronaves, blindados e metralhadoras.
Ele teria contato com Janeferson Aparecido Mariano Gomes, um dos líderes do plano do atentado contra o senador. A suspeita foi confirmada pela PF com a interceptação de e-mails, mensagens de WhatsApp e telefonemas entre os suspeitos.