A base do governo no Congresso Nacional sinalizou nesta quarta-feira (20) que vai entrar na briga pela presidência e pela relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
Segundo o vice-líder do governo no Congresso, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vão aceitar que a oposição comande a investigação no parlamento. Ainda segundo o deputado, o primeiro nome que os governistas querem propor à comissão é o do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
“Há uma maioria do governo. A presidência vai ser do bloco governista, e o relator também”, afirmou. “Estamos nos preparando, a ideia é separar alguns quadros para ficarem exclusivamente nessa função de CPMI, temos pessoas experimentadas. Vamos investigar, pegar financiadores e vamos atrás dos autores intelectuais dos atos. O primeiro nome que queremos chamar é Anderson Torres”, afirmou o deputado.
A declaração marca a mudança de posicionamento dos governistas à instalação do colegiado. Até a quarta-feira (19), a base de Lula no Congresso era contrária à investigação parlamentar, mas o discurso mudou após o vazamento de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), estava no prédio quando a sede do Executivo foi palco de atos de vandalismo em 8 de janeiro.
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Segundo Lindbergh, a base governista vai tentar impedir que o autor do requerimento do pedido de CPI, o deputado André Fernandes (PL-CE), que é investigado por suspeita de incitação dos atos de vandalismo, participe como membro do colegiado. Fernandes tem se colocado como candidato à relatoria da investigação. “Essa turma não pode presidir uma CPMI séria”, afirmou o deputado.
Os nomes dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) devem ser indicados para compor a comissão pelo lado do governo.