O caos e a lama marcaram a história da música brasileira. O movimento manguebeat jogou luzes para a periferia de Recife, para uma ebulição de ritmos como o maracatu, rock, hiphop e música eletrônica.
A frente desse movimento, Chico Science, com sua Nação Zumbi, transformaram a música dos anos de 1990.
Mas com apenas dois discos gravados, em 1997, Chico partia, aos 30 anos, após um acidente de carro numa rua entre Recife e Olinda.
26 anos depois do trágico acidente, parte da história de Chico Science chega ao público. Em março, a família do músico lançou um site com arquivos pessoais do artista.
A irmã de Chico, Goretti França, responsável pelo projeto, fala sobre o que o fã já pode encontrar nas anotações do músico.
O manifesto “Caranguejos com Cérebro”, de 1992, de Fred 04, líder do Mundo Livre S/A, deu voz ao manguebeat e alertou que “bastaram poucos anos para os produtos da fábrica mangue invadirem o Recife e começarem a se espalhar pelos quatro cantos do mundo”.
E Recife, com seus mangues e rios, sua desigualdade social, sua sonoridade, passou a ser cantada por jovens de todos os cantos.
Após tanto tempo, o caos e as injustiças, continuam atuais. O colega jornalista Lucas Pordeus Leon gravou um áudio, interpretando um texto do artista presente em um dos cadernos do arquivo.
Goretti França fala, também, da herança de seu irmão Chico Science, das ideias sempre a frente de seu tempo.
Está prevista a digitalização completa de 27 cadernos em que Chico anotava ideias para músicas, fazia listas e escrevia poesias. No momento, foram divulgados apenas 7 cadernos. A ideia é que a cada 3 meses, sejam lançados mais 7 arquivos.
Esse material e outras intimidades de Chico podem ser acessados no site: acervochicoscience.com.br.
