A origem da arte negra no carnaval é o grande destaque da exposição “Nossas sensações não são nossas”, no MIS, Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. A mostra promove um encontro entre arte contemporânea, música e carnaval, exaltando a arte negra na festa popular.
A exposição, que faz a integração de obras do acervo do MIS, com as artistas da atualidade, leva o público a refletir sobre como uma criação do passado ainda pode repercutir no tempo presente.
E, a curadora Ana Paula Rocha, enfatiza que os artistas reverenciados na exposição – como Heitor dos Prazeres, Clementina de Jesus, Aracy de Almeida, Sinhô e o grupo Os Oito Batutas integrado por Pixinguinha, por exemplo – são homens e mulheres, todos negros, que tiveram a coragem de criar arte, fazer Carnaval e levar reflexões e felicidade para um Brasil extremamente racista e hostil.
A curadora explicou que os artistas negros do passado foram, muitas vezes perseguidos, evidenciando em suas músicas não só alegrias, mas práticas de exclusão. Já os artistas de hoje vêm para dialogar com essas obras, demonstrando muitas vezes ressonância entre essa produção e as suas próprias, fazendo ecoar imagens, sons e a mesma luta nos tempos atuais.
Segundo Ana Paula, o título da exposição é um trecho de um depoimento para posterioridade – projeto de memória do museu – de Alberto Ribeiro, um dos compositores da marchinha Chiquita Bacana. Ele comentou que a inspiração era fruto de experiências coletivas.
A mostra pode ser vista até 5 de maio, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.
O Museu da Imagem e do Som fica na Lapa, região central da capital fluminense.