O violão de Donga, a partitura original de “Pelo telefone”, considerado o primeiro samba gravado do Brasil, vestimentas e imagens de santos e orixás das casas de tias e sambistas como dona Ivone Lara e tia Maria do Jungo.
Esses são só alguns dos 380 objetos e documentos da exposição “Pequenas Áfricas, o Rio que o Samba Inventou”, em cartaz no Instituto Moreira Sales, na cidade de São Paulo. A exposição reconstitui a cena cultural do samba urbano carioca. A partir do começo do século XX.
O percurso da mostra começa pelo Cais do Valongo, maior escravista da história. O Cais recebeu cerca de um milhão de africanos escravizados vindos forçados para o Rio de Janeiro. Traz também instrumentos musicais, pratos e facas usados nas rodas de samba e até o passaporte e o contrato de Pixinguinha com a gravadora Victor. Registros e reportagens sobre a turnê feita pelos 8 batutas em Paris em 1922.
Um dos 4 curadores responsáveis pela exposição, o historiador Luiz Antônio Simas, explica que a intenção de Pequenas Áfricas é demonstrar que o samba, para além de um gênero musical, é um sistema de organização do mundo.
A seleção também relembra a experiência do bloco Cacique de Ramos, fundado em 1961 por um grupo de jovens moradores dos subúrbios da Leopoldina. Embaixo da sombra da famosa tamarineira, nasceu o Fundo de Quintal, grupo que revolucionou o samba no final da década de 1970. Com entrada gratuita, a exposição fica em cartaz em São Paulo até 21 de abril de 2024.