A riqueza histórica do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro poderá ser conhecida em detalhes na exposição “Primeiro de Março 66: Arquitetura de Memórias” — que será inaugurada neste sábado (29), no próprio centro cultural, marcando as comemorações de 35 anos do espaço.
Na mostra, o público vai poder saber mais sobre o palácio desde a sua origem, no século 19, quando foi sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro; até os dias de hoje, marcados pela multiplicidade artística do CCBB. Nos primórdios, a Rua Primeiro de Março era chamada de Rua Direita, a principal da cidade no período.
A curadoria da exposição é do antropólogo e fotógrafo Milton Guran, que destaca a importância histórica do prédio.
“Ele foi assim um testemunho da vida social desse final de império, e começo de república. A nossa exposição reflete isso, e eu considerei o prédio então como um organismo vivo, que se relaciona com seu entorno, com as pessoas que vão visitar”.
Guran também ressalta a enorme quantidade de frequentadores do edifício onde hoje funciona o CCBB Rio de Janeiro.
“62 milhões de pessoas passaram por esse prédio nos últimos 35 anos. Não tem nenhum lugar no Brasil, nem o Maracanã, nem o Morumbi, que tenha recebido 62 milhões de pessoas. Só mesmo a praia de Copacabana. É uma coisa assim muito especial”.
Entre os destaques da mostra estão fotografias históricas, documentos, vídeos e mobiliários. A exposição conta também com ensaios exclusivos, que retratam as relações sociais dentro do prédio, o funcionamento do centro cultural e o contexto urbano. O visitante também poderá conhecer o trabalho do multiartista e ativista indígena paraense Moara Tupinambá, que criou obras inéditas baseadas em imagens do Arquivo Histórico do Centro Cultural.
Sueli Voltarelli, Gerente Geral do CCBB Rio de Janeiro, considera a mostra uma oportunidade única.
“É uma oportunidade para as pessoas de viajarem no tempo e também uma oportunidade de se relacionar com um passado da cidade do Rio de Janeiro e conhecer um pouco mais da história de um espaço onde muitas pessoas viveram experiências importantes em suas vidas”.
O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro tem quase 20 mil metros quadrados e conta com atrações musicais, teatro, cinema, exposições e uma biblioteca. A mostra “Primeiro de Março 66 – Arquitetura de Memórias” é gratuita.