Máquinas a todo vapor e muita criatividade! Esse é o mantra que rege os ateliês do país com a proximidade do Carnaval. No Rio de Janeiro não é diferente, e os profissionais da costura entram em ação para deixar tudo alinhavado na produção das fantasias e dos adereços das alas de uma escola de samba. Os trabalhadores fazem parte do grupo de pessoas que encontram no período de folia uma oportunidade de renda.
As fantasias começam a ganhar forma pelas mãos de empreendedores como o estilista Edmilson Lima, que tem mais de 40 anos de carnaval. É ele quem faz as fantasias de Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis. O profissional conta como é o processo de criação.
“Tudo começa no croqui. Ali eu vou começar a desenvolver. Uns carnavalescos me dão liberdade de criar em cima, outros não, já são mais rigorosos. Acha que não pode haver mudança mesmo aquilo não sendo bem equilibrado quando estiver montado. Mas aí você tem que respeitar a vontade deles. É dele, é o artista, entendeu? É autonomia dele, você tem que ter que respeitar isso.”
Outro exemplo é a professora de samba e musa da Viradouro, Bellinha Delfin. A empresária abriu uma marca de roupas voltadas à época carnavalesca. E fala sobre a importância de dar protagonismo às mulheres negras no carnaval.
“Eu sinto a presença dos meus ancestrais, porque isso é o que de fato me move, e faz eu me sentir assim muito maior do que todos são quando a gente está conectado com a cultura do samba. O chão de uma quadra da escola de samba já tem toda essa energia, então isso contribui muito para que a gente sinta de fato essa energia e se engrandeça, e continue o legado desses ancestrais.”
Para quem for cair na folia, a dica dos estilistas é levar em conta o conforto na hora de escolher as peças. A preferência é por tecidos leves, como algodão, tricoline, linho, malha e viscose.
*Esta reportagem faz parte da série sobre trabalhadores que fazem o carnaval das escolas de samba na Sapucaí. Confira o que mais já foi publicado:
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