Halloween, palavra em inglês com dois Ls, dois Es e um W significa Dia das Bruxas em português.
Nos Estados Unidos, o dia 31 de outubro é dia de usar fantasias de fantasmas, caveiras ou de Vandinhas da família Adams e as crianças saírem às ruas pedindo doces ou ameaçando com tranquinagens.
Para a cultura brasileira, seria algo como uma mistura de Carnaval com Dia de Cosme e Damião, mas enquanto a tradição de distribuir doces para celebrar os santos católicos, que no Candomblé representam o Erês e protegem as crianças, vai caindo no esquecimento, a tradição do norte do planeta vem sendo importada pelo Brasil, mas há quem resista.
Sim, o Saci, o menino preto de gorro vermelho e de um pé só é o mais lendário dos traquinas e virou símbolo de resistência do mais legítimo folclore brasileiro. Estudos antropológicos mostram que o Saci Pererê nasceu na mitologia dos indígenas Guarani na metade do século dezoito. Protegia as matas e os animais das florestas. Foi se transformando incorporando as tradições africanas. Virou história popular, lenda, literatura, que se junta a outras assombrações bem brasileiras, como a Cuca e o Boitatá.
Apesar de andar meio esquecido, sempre tem alguém resgatando essa tradição. É o caso da companhia andaime de teatro do Distrito Federal, que compôs que você ouviu agora a pouco.
A canção faz parte do musical O Saci É Uma Peça. O espetáculo teatral que vai fundo na brasilidade para resistir aos estrangeirismos. Quem conta é a atriz e diretora de teatro Tatiana Bittar.
Ela lembra que não tem nada contra o Dia das Bruxas, só não quer ver as nossas tradições sumirem do mapa.
Há 20 anos que o dia 31 de outubro no Brasil é o Dia do Saci, então feliz Dia do Saci para todos.
