Documentário marca trajetória de mais de 70 anos dos Filhos de Gandhy

Cultura

Os apaixonados por Carnaval vão poder conhecer mais detalhes da trajetória de um dos principais blocos do Rio de Janeiro, o tradicional Filhos de Gandhy.  

Bloco de afoxé mais antigo do Rio, situado na região portuária, o grupo terá sua história contada em um documentário sobre seus 70 anos. Os espectadores poderão conferir um vasto registro fotográfico e audiovisual sobre o bloco, incluindo eventos marcantes como a Lavagem do Monumento de Zumbi dos Palmares, o Balaio das Yabás, o Dia Nacional do Samba e a Procissão de Yemanjá, entre outros.   

Rodrigo Moraes, diretor do documentário, explica que o filme traz como novidade a abordagem de eventos do bloco que vão para além do Carnaval.  

“O que eu acho que é legal, que pode ser novo, assim, principalmente, é que a gente gravou os Filhos de Gandhy em diversos outros eventos que ocorrem na região portuária que não são eventos exatamente do Gandhy, mas que o Gandhy em forma de parceria estava junto, como o Balaio das Yabás, que é um evento que ocorre dezembro em homenagem a Oxum, esse seria um exemplo. Então a gente gravou também a Feijoada do Gandhy, que é uma coisa mais interna, pra saber como é uma feijoada, como que é uma festa interna do Filhos de Gandhy”.  

Além do documentário, o bloco, que está completando 73 anos, apresentará para o público a modernização do site, uma mesa de debate sobre a importância dos blocos no carnaval carioca e uma série de apresentações no Museu de História e Cultura Afro-brasileira, que começaram no mês passado.   

Célio Oliveira, presidente da Associação Cultural Recreativa Filhos de Gandhy, reforça a importância de resgatar a cultura afrodescendente, tema do grupo.  

“A importância é não deixar que caia no esquecimento a nossa cultura, os toques de Ijexá, os toques de afoxé e todo o contexto da musicalidade afrodescendente”.  

Célio também explica que essa cultura muitas vezes é desconhecida, especialmente pelos mais jovens.  

“A cultura afro é uma cultura muito ampla, ainda mais hoje na atualidade. Nós fizemos uma pesquisa junto aqui à Pequena África e moradores próximos, principalmente jovens, que tem menos de 20 anos, não tem noção do que seja um bloco afro. Aí quando fala de bloco afro, eles só remetem a Salvador. E no Rio de Janeiro, não é só o Gandhy, tem diversos blocos, até em todo o estado, que trabalham a cultura afrodescendente”.  

  A última apresentação do grupo, no próximo dia 23, será marcada pela inauguração do novo site, a estreia do documentário e a mesa de debate. O evento será registrado e disponibilizado no YouTube para que o público possa acessar mesmo à distância. 

Fonte-Agência Brasil

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