A ex-presidente Dilma Rousseff tomou posse nesta quinta-feira (13) como nova presidente do banco do Brics, instituição composta de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Seu mandato vai até julho de 2025. A cerimônia, em Xangai, na China, também contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seu discurso, Dilma reforçou o papel da instituição no financiamento de projetos nos países que compõem o bloco e de outras nações em desenvolvimento.
“Assumir a presidência do NBD (Novo Banco do Desenvolvimento) é, sem dúvida, uma grande oportunidade de fazer mais para os países dos Brics, mas não somente para os seus membros, mas também para os países emergentes e em desenvolvimento”, afirmou.
Dilma deve ganhar cerca de R$ 220 mil por mês e terá acesso a benefícios como assistência médica, auxílio-viagem e subsídios para mudança. Ela assume o lugar de Marcos Troyjo, ex-integrante da equipe do ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
Além de seus membros originais (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o banco também tem como integrantes Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.
Em breve discurso, Lula pontuou que o NDB atua de forma diferente do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estabelece várias regras para liberar empréstimos. “Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países, como estão fazendo com Argentina, o Fundo Monetário Internacional. E como fizeram com o Brasil e com todos os países do terceiro mundo que precisaram de dinheiro”.
Ida para a China
O presidente embarcou nessa terça-feira (11) para a China depois de ter adiado a viagem devido a um quadro de pneumonia no fim de março. O chefe do Executivo viajou às 7h. Segundo a programação do Palácio do Planalto, o voo teve duas escalas, em Lisboa e Abu Dhabi.
Essa é a terceira viagem oficial de Lula à China como presidente da República. Durante a passagem pela nação asiática, o chefe do Executivo deve assinar ao menos 20 acordos bilaterais. Um dos tratados que serão firmados com a China vai permitir a construção e o lançamento de um novo satélite para monitoramento ambiental de todo o território brasileiro, inclusive da floresta amazônica. Segundo o governo federal, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas mesmo com nuvens.
Custos da viagem à China
O R7 apurou que deputados e senadores que acompanham o presidente Lula na viagem para a China vão custar aos cofres públicos ao menos R$ 333 mil em diárias que devem ser utilizadas para cobrir os custos com hospedagem, transporte local e alimentação. No caso dos deputados, o valor é de 428 dólares (R$ 2.174, na cotação atual do Banco Central) e, no dos senadores, 416 dólares (R$ 2.113).
A reportagem contabilizou os valores pensando em cinco diárias cheias e uma meia para os sete senadores e 21 deputados federais que embarcaram nessa terça. Isso porque ainda não se sabe se o retorno para o Brasil, no próximo domingo (16), vai valer como uma diária inteira, o que pode aumentar o custo. O R7 procurou a Câmara dos Deputados e o Senado, mas ainda não obteve retorno.