O Complexo da Maré é um conjunto com 16 favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. Juntas, reúnem cerca de 140 mil moradores, uma população maior que a de 96% dos municípios brasileiros.
O território que ganhou o noticiário nos últimos meses, devido a operações policiais em busca de criminosos que agem na região, é também berço de diversos artistas. Os quais mostram, por meio de suas obras, um dia a dia da comunidade que foge dos estereótipos da violência geralmente divulgados pela grande mídia.
É o caso do fotógrafo Patrick Marinho, de 25 anos. Cria do Morro do Timbau, primeira comunidade do complexo, Patrick aproveitou uma das oportunidades de cursos gratuitos oferecidos no Maré e hoje trabalha com fotografia. Recentemente, expôs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
“Foi um convite que eu recebi com mais quatro, cinco artistas do Complexo da Maré. E estar assim, fora dessa bolha da nossa comunidade e atingir outros públicos de fora, e que não entendem, não veem muito bem dentro das comunidades, veem mais por Instagram, outras mídias, e estar nesses lugares meio que assim, elitizados, sabe, é muito bom. Ali dentro da Maré tem muitas instituições que oferecem cursos gratuitos. Eu não tinha renda para um curso de fotografia, um curso de inglês ou um curso de informática. Então hoje em dia, dentro do complexo, tem muitos cursos pra galera que não tem grana. E estar ali dentro fazendo esse tipo de trabalho e curso abre muitas oportunidades.”
O fotógrafo Patrick Marinho é um dos exemplos de potência presentes nessas regiões. E, para exaltar a representatividade, a resiliência e as potencialidades desses locais, acontece a Semana da Favela, de 4 a 10 de novembro, em todo o país. O evento, organizado anualmente pela Central Única das Favelas (Cufa), também oferece reflexões sobre os problemas existentes nesses territórios.
