Desfile do Grupo Especial do carnaval de SP é arte contra o racismo

Cultura

A primeira noite (17) de desfile do grupo especial de São Paulo foi marcante pelas alegorias e pelos gritos contra o racismo.

Os baluartes do carnaval paulistano inauguraram o sambódromo do Anhembi. Pelo segundo ano consecutivo, as Velhas-Guardas abriram o desfile emocionando a plateia com a memória do samba. A experiência que nasceu no ano passado, para comemorar o fim da pandemia, tem tudo para virar tradição.

Pouco depois das 23h, a primeira escola do grupo entrou na avenida. A Independente Tricolor subiu para o grupo especial no ano passado e empolgou o público nas arquibancadas que cantou o samba junto com a escola.

Já a acadêmicos do Tatuapé cantou as belezas naturais de Paraty, Rio de Janeiro, sem esquecer da rota do ouro e do trabalho dos escravizados e colonizadores. Para isso, a escola apostou na grandiosidade dos carros alegóricos e do samba.

A Barroca da Zona Sul desfilou debaixo de chuva e no enredo entoou os versos de “Guaicurus”, com a história dos indígenas que resistiram aos bandeirantes em Goiás e Mato Grosso.

Já a Unidos de Vila Maria contou a própria história lembrando de carnavais passados e personagens marcantes do bairro da zona norte que dá nome à agremiação.

No desfile, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, com cerca de 8 metros de altura surpreendeu o público.

A Rosas de Ouro escolheu enfrentar o racismo. Entrou na avenida denunciando a violência contra o povo preto e fechou com um carro exibindo fotos de guerreiros da resistência, personalidades negras como Marielle Franco, Glória Maria e Pelé.

O garoto Francisco Carlos Nascimento, um dos convidados para passar a faixa ao presidente Lula na posse desfilou na escola.

Já com o dia amanhecendo foi a vez da Tom Maior que fez um “Culto às mães pretas ancestrais” e destacou a importância das mulheres na cultura e na religiosidade brasileira, desde as Yabás, as orixás femininas, até Nossa Senhora da Aparecida.

A Gaviões da Fiel entrou na avenida com o dia já claro e cantou a possibilidade de paz e harmonia sem eliminar as diferenças. Uniu egípcios e hebreus, israelenses e palestinos e colocou na passarela um Jesus Cristo negro acolhido por um oxalá branco.

Fonte-Agência Brasil

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