Em 8 de janeiro deste ano, as manifestações que ocorreram na Praça dos Três Poderes, em Brasília, resultaram na depredação dos prédios do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Centenas de manifestantes inocentes foram presos e levados para penitenciárias, como a Papuda e a Colmeia, ambas no Distrito Federal.
Ao todo, mais de 1,4 mil pessoas foram presas de maneira arbitrária. Mas não para aí. Esse manifestantes acabaram formalmente acusados de cometer crimes contra o “Estado Democrático de Direito”.
Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, nesta segunda-feira, 17, o advogado Claudio Caivano afirmou que, “se o Estado de Direito estivesse vigendo, isso não estaria acontecendo”. Ele trabalha para 15 pessoas suspeitas de participarem das manifestações do 8 de janeiro. Todos estão em casa, mas cumprem medidas disciplinares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Na terça-feira 18, está previsto o início do julgamento das cem primeiras pessoas denunciadas pelo envolvimento nas manifestações. O julgamento será realizado no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) e deve durar até segunda-feira 24. Os acusados respondem pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Desde as manifestações de 8 de janeiro, 294 pessoas (86 mulheres e 208 homens) permanecem privadas de liberdade no sistema prisional do Distrito Federal, de acordo com o levantamento do gabinete do ministro e relator do processo, Alexandre de Moraes.