A China está construindo 250 mil novos leitos para quarentena a fim de conter o avanço do coronavírus no país. A informação foi divulgada, na quinta-feira 24, pela agência de notícias AP News. Adepta da política “covid zero”, o governo chinês registrou em novembro o maior número diário de casos da covid-19.
A maioria dos casos está na cidade de Guangzhou, no sul da China. Dos 250 mil novos leitos, pouco mais de 130 são para isolamento hospitalar e 115 mil para pessoas infectadas que não apresentam sintomas.
A política “covid zero” determinou o confinamento obrigatório para os cidadãos chineses, mesmo que somente um caso da doença seja detectado no local de trabalho ou bairro. Segundo as informações do Our World in Data, o país registrou mais de 30 mil casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Contudo, nenhuma morte foi registrada.
Na cidade de Pequim, com o aumento do número de casos, o governo passou a fechar escolas, academias, restaurantes e parques. Além disso, impôs a obrigatoriedade do trabalho remoto. Os moradores são orientados a ficar em casa.
Protesto contra condições de trabalho
Na quarta-feira 23, operários da principal fábrica da Apple na China protestaram na cidade de Zhengzhou. Os manifestantes estavam insatisfeitos com as condições de trabalho impostas pela empresa durante o surto da doença.
Os funcionários estão sendo mantidos em alojamentos para evitar “impactos na produtividade” da fábrica e o aumento da covid-19. Um dia depois da manifestação, a cidade inteira foi obrigada a fazer lockdown. Conforme informou o governo, o confinamento deve durar cinco dias.
Em 6 de novembro, a Apple informou que as restrições impostas pela China fariam com que os consumidores esperassem mais tempo para receber o iPhone 14, último modelo de celular lançado pela empresa.
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