A composição musical que vocês ouvem aí chama-se Marionnette e foi criada para ser tocada também por uma orquestra com instrumentos não-convencionais como garrafas, panelas e até um piano de brinquedo.
Foi com ela que o brasileiro Caio de Azevedo venceu, entre 82 partituras inscritas, o prêmio de composição do Concurso de Genebra, na Suíça.
É a primeira vez, em 78 edições, que um compositor do Brasil fica em primeiro lugar neste que é um dos mais tradicionais e importantes concursos internacionais de composição de música de câmara.
Baiano de Salvador, o jovem de 31 anos começou ainda criança a tocar violão. Aos 13, já criava composições na cabeça, mas não sabia escrevê-las.
Seguiu o conselho do irmão, entrou num curso de extensão para música de concerto na Universidade Federal da Bahia. Aos 15 anos já compunha suas primeiras peças clássicas.
Violoncelista de formação, o compositor contou, em entrevista exclusiva à Rádio Nacional, como foi o processo criativo para traduzir em música clássica um teatro de marionetes.
A ideia de transformar a orquestra em movimentos sonoros de marionetes deu certo. Em quase vinte minutos, a escritura musical vencedora foi executada por 42 músicos da Orquestra de Câmara de Genebra.
Inspirado em histórias de ilusão e liberdade, com o repertório sonoro trazido da Bahia, o jovem compositor celebra o prêmio do concurso de Genebra como um reconhecimento à música brasileira.
Caio de Azevedo vive há nove anos em Munique, na Alemanha. Ano que vem, ele planeja vir ao Brasil para matar as saudades da Bahia e comemorar com bastante música o prêmio que recebeu.