O primeiro grupo de rap indígena a criar letras e cantar músicas na pegada do hip hop nasceu há 15 anos, em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Desde 2009, o Brô Mc’s, com quatro integrantes dos povos guarani e kaiowá, unem elementos do rap e da música indígena. Eles misturam o português e o guarani para reafirmar a identidade e denunciar as difíceis condições de vida que os povos indígenas vivem no país.
A música que a gente acabou de ouvir um trechinho chama-se jaraha – que em guarani significa “vamos levando”. Quem falou logo em seguida é Kelvin Mbaretê, um dos integrantes do Brô Mc´s. Com ele, permanecem fazendo parte da formação original, os Mc´s Bruno VN, Clemerson Batista e Charlie Peixoto. Passada mais de uma década, eles permanecem juntos dando a letra do rap como uma forma de proteção contra a discrimação aos povos indígenas.
Esse também é o desafio de Souto Mc Carolina Souto – nome de batismo da rapper – tem 29 anos e nasceu no bairro da Penha, aqui na zona leste paulistana. A rapper é descendente dos cariris, povo indígena que teve suas origens também no Ceará, terra natal da sua família.
Com mais de dez anos de carreira, Souto Mc é uma das jovens vozes indígenas da cena do rap nacional. Vive na cidade e tem influência de diversos ritmos como o samba e o hip hop.
Como rappers, Souto Mc e o grupo Brô Mc´s fazem suas rimas para resgatar a cultura ancestral. Honram, assim, a diversidade dos povos indígenas brasileiros.