O YouTube baniu do país todos os vídeos do canal Te Atualizei, da influenciadora digital Bárbara Destefani. A plataforma notificou a produtora de conteúdo na madrugada de sexta-feira 12, um dia depois de a influenciadora participar de uma audiência pública da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados. O tema do debate foi justamente a censura.
“Incrivelmente, após a minha participação na comissão que discutia a censura, todos os meus vídeos foram banidos do Brasil”, disse Bárbara. “Agora, sim, é impossível assistir aos meus vídeos no Brasil. Simplesmente não tenho a quem recorrer! Me juraram que isso era uma democracia.”
Bárbara sofreu censura em outras ocasiões
Não é a primeira vez que a influenciadora digital sofre censura neste ano. Em janeiro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, diversos perfis foram retirados do ar. A professora Paula Marisa, o youtuber Monark e a própria Bárbara estavam na lista.
Na época, Bárbara conversou com Oeste e explicou que não foi sequer notificada. “Na parte da manhã, meu Instagram estava retido no Brasil — sem nenhum tipo de explicação”, salientou. “Não tem como a gente pedir vistas ao processo, porque não existe nenhum número de processo. Não fomos sequer notificados de nenhuma coisa, como se o processo não existisse. A gente não sabe nem de onde veio essa ordem de derrubada. Agora, no fim do dia, meu Twitter também caiu. O que está ocorrendo é a censura em massa da oposição, assim como acontece em todos os regimes ditatoriais.”
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A escalada autoritária assustou até mesmo o jornalista de esquerda Glenn Greenwald. Na ocasião, o ex-chefe do Intercept disse que “o regime de censura no Brasil está crescendo rapidamente”. Ele considerou a medida “chocante”, visto que a determinação atinge diversas plataformas de mídia social, como Instagram e Twitter.
“Não posso dimensionar quão chocante e perigosa é essa nova ordem de censura”, escreveu o jornalista, no Twitter. “É do mesmo juiz que até o New York Times vem pintando como autoritário: Alexandre de Moraes. Leia este artigo do NYT. Foi a partir de setembro.”