A história de uma serpente vodum da antiga região da Costa da Mina, na África, atual Benim, encantou a Marquês de Sapucaí e garantiu o terceiro título da Unidos do Viradouro no Carnaval Carioca. A conquista veio nos quesitos finais da apuração nesta quarta-feira (14). A agremiação se descolou da vice-campeã, Imperatriz Leopoldinense, e venceu por sete décimos de diferença.
Com o enredo “Arroboboi Dangbé”, a escola da região metropolitana de Niterói, trouxe para a avenida a crença vodum de povos africanos que chegou ao Brasil pela liderança sacerdotisa Ludovina Pessoa, pilar de terreiros na Bahia.
Na comissão de frente a representação de um poderoso exército de mulheres negras preparado por sacerdotisas voduns. A comissão abriu o desfile com uma cobra rastejando na avenida.
A missão do desfile, segundo o carnavalesco Tarcisio Zanon, foi desmistificar o culto aos voduns. Zanon passou toda a apuração agarrado a patuás. Esse é o seu segundo título na escola niteroiense.
Antes da apuração começar, agremiações entraram com recurso na Liesa, organizadora dos desfiles do Grupo Especial, contra a Viradouro por descumprimento da regra de manter, no máximo, 15 componentes aparentes na comissão, que prevê punição de meio ponto. Os recursos ainda serão analisados pela Liesa. A Viradouro no entanto ganhou o título com uma diferença de sete décimos para a segunda colocada.
Além da Viradouro e da vice-campeã, Imperatriz Leopoldinense, também desfilam no próximo sábado (17), Grande Rio, Salgueiro, Portela e Vila Isabel. A Porto da Pedra, outra escola de Niterói, foi rebaixada para a Série Ouro.