O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, avalia manter uma participação no controle da Sabesp, após a privatização, para continuar tendo relevância nas tomadas de decisão. O modelo de golden share defendido por ele foi usado na privatização da Vale e permite que o Estado tenha poderes especiais dentro da empresa, podendo vetar decisões importantes.
“Podemos até manter uma participação na empresa, estratégica, golden share”, disse. “Ou seja, a gente vai ter um papel relevante na tomada de decisão estratégica, mas você abre mão do controle”, observou o governador, em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, na segunda-feira 30.
O dinheiro captado na venda do controle da Sabesp ao capital privado poderá ser usado para investir no próprio setor, levando saneamento a regiões onde a Sabesp ainda não atua, explicou Tarcísio. Os estudos ainda serão feitos pelo Estado, mas, segundo o governador, os municípios vão se beneficiar e a tarifa para o cidadão irá diminuir.
“As prefeituras ganham, os municípios ganham e o cidadão ganha, pois vai ter um serviço de mais eficiência, que vai contar com muito investimento, vai ser universalizado em um prazo menor e com uma tarifa mais baixa”, justificou o governador.
Atualmente, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, atende a pouco mais da metade dos municípios do Estado, e é a empresa que possui a maior base de clientes concentrados em uma única área em todo o mundo. Nos próximos quatro anos, a Sabesp espera mais de R$ 26 bilhões em aportes.