Após a frustrada ação de retirada de manifestantes acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal informou ao R7 que continua a monitorar a situação “com objetivo de identificar e prevenir possíveis atos contra a ordem pública e segurança da população”.
Nesta quinta-feira (29), agentes da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) realizaram uma tentativa de retirada de barracas, estruturas comerciais e ligações irregulares de energia do Comando Militar do Planalto, no Setor Militar Urbano. No entanto, os fiscais foram expulsos do local pelos manifestantes.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível notar a presença de mais de dez carros na ação do Governo do DF, além de caminhões e veículos de remoção. Após gritos que exigiam a saída dos agentes, os carros oficiais foram retirados do local.
De acordo com um ofício assinado pelo chefe do Estado Maior do Comando Militar do Planalto, o coronel Fabiano Augusto Cunha da Silva, em 6 de dezembro foi feito ao DF Legal um pedido de apoio de ordem pública no local. A ação foi inicialmente programada para 7 de dezembro, mas acabou sendo remarcada para quinta-feira (29).
“A SSP/DF [Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal] tem alinhado diversas ações de segurança, fiscalização e mobilidade no Setor Militar Urbano (SMU), com o Comando Militar do Planalto (CMP), uma vez que se trata de área militar”, afirmou a nota da pasta, que ainda informou que as ações no local estão sendo realizadas “de forma integrada a outros órgãos, locais e federais, para manutenção da ordem pública e garantia da mobilidade urbana no Distrito Federal”.
Ao R7, o Exército informou que a ação foi realizada com o objetivo de retirar estruturas em desuso. “A atividade foi conduzida em coordenação com os órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), mas foi suspensa no intuito de manter a ordem e a segurança de todos os envolvidos”, esclareceu a instituição.
Em entrevista coletiva a respeito do plano de segurança para a posse presidencial, a Secretaria de Segurança Pública do DF informou que haverá reforço do policiamento, com previsão de empenho de tropas especializadas e intervenções no trânsito em toda a região central de Brasília durante o fim de semana.
Ataque a um agente de saúde
Em um vídeo divulgado por manifestantes, um suposto agente de combate a endemias é hostilizado no local ao tentar recolher amostras de água parada. “Qual foi a autorização que você recebeu?”, questiona a mulher que fazia a gravação. “Me deem licença, estou trabalhando”, responde o homem. “Sai fora, vai trabalhar fora daqui, seu safado”, responde a mulher, em voz alta. O agente é então empurrado por três homens até chegar ao carro oficial.
Nota de repúdio
A presidência do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) emitiu uma nota em que repudia os atos de “intimidação, hostilização e agressão — tanto verbal e física” contra o agente.
“O TCDF também presta solidariedade a esse servidor que atuava na inspeção de possíveis focos do mosquito da dengue, uma ação fundamental para proteger a população, especialmente em época de chuva como a que estamos”, salienta a corte de contas.
A nota ainda ressalta a escalada de violência que vem ocorrendo nos últimos tempos contra trabalhadores e instituições públicas. “Quem humilha, desrespeita e agride funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela pratica o crime de desacato e atinge tanto a Administração Pública quanto a sociedade a quem ela serve.”
“Em casos de grave abuso como o que ocorreu perto do Quartel-General do Exército em Brasília, faz-se necessária e legítima a aplicação do direito penal e a punição dos responsáveis com os rigores da Lei”, conclui o comunicado do TCDF.