Personagem importante no segundo turno da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, Simone Tebet (MDB-MS) chegou a ser apontada como nome certo para o comando do Ministério do Desenvolvimento Social. No entanto, mais de um mês após a vitória do petista, o lugar da senadora sul-matogrossense no novo governo é incerto.
Tebet terminou em terceiro lugar na disputa ao Palácio do Planalto. Durante o segundo turno, apoiou Lula e ajudou o petista a conquistar votos de mulheres.
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A participação da senadora na campanha eleitoral indicava que ela ocuparia um cargo na Esplanada dos Ministérios. Seu futuro, contudo, ainda está indefinido.
Para aliados, Tebet tem dito que quer chefiar o Ministério do Desenvolvimento Social. A senadora tem sinalizado ainda que não aceitará uma “pasta menor” e que pretende ter autonomia para tomar decisões importantes no futuro governo, sem interferências.
Após a vitória nas urnas eletrônicas, Lula alocou Tebet no grupo técnico sobre desenvolvimento social e combate à fome. Depois do término dos trabalhos da equipe de transição, o petista vem anunciado futuros ministros, mas a senadora continua sem espaço definido na Esplanada.
Inicialmente, o MDB pleiteava três ministérios e parte do partido considerava que Tebet deveria entrar como a “cota pessoal” de Lula, devido ao seu papel durante a campanha eleitoral. No entanto, após reunião, a sigla consolidou apoio ao nome da sul-mato-grossense dentro da “cota” da legenda.
“Falei na reunião de bancada da Câmara que Simone Tebet tem apoio total para representar institucionalmente o MDB se for chamada a participar do governo”, disse o presidente do partido, deputado federal Baleia Rossi (SP).
A articulação aponta, ainda, para uma diminuição da expectativa do MDB, que pode aceitar a chefia de apenas dois ministérios. Isso porque o PT não aceitou bem que Tebet entrasse na cota de Lula e articula para que petistas assumem a pasta, que gerencia o Bolsa Família, considerado vitrine das gestões do partido.
Nesse caso, os nomes mais cotados são os dos ex-ministros Tereza Campello e Patrus Ananias. Além disso, a ala mais ideológica do PT acredita que entregar a pasta a Tebet endossaria o projeto político da senadora, que tem ambições presidenciais para 2026.
Diplomação e Transição
Convidada, Tebet não compareceu à cerimônia de diplomação de Lula, que ocorreu em 12 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. A assessoria de imprensa da senadora disse que ela faltou devido a um compromisso em seu estado, o Mato Grosso do Sul.
Após a ausência no evento, a parlamentar participou do encerramento dos trabalhos do grupo de transição, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na capital federal.