O senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira (15), afirmou que teve um celular funcional do Senado, um chip, um computador pessoal e uma arma apreendidos pelos agentes. Segundo o parlamentar, o revólver é registrado, e não foi encontrado dinheiro em espécie. Os policiais também apreenderam documentos físicos e digitais.
À tarde, agentes da PF cumpriram três mandados de busca e apreensão em endereços do parlamentar, em Brasília e Vitória (ES), incluindo o gabinete no Senado. As autorizações foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Em entrevista exclusiva ao R7, Marcos do Val afirmou que a operação expôs os outros parlamentares, que podem ser “monitorados” por meio das mensagens do celular apreendido durante a operação da PF.
“Eu até mando um recado aqui a todos os outros senadores. Como eles apreenderam um celular do Senado Federal, todos vocês estão sendo agora monitorados”, comentou. “Agora não é sobre o Do Val, é sobre todos os senadores; então, é questão de Senado Federal”, completou.
CPMI do 8 de Janeiro
Após a repercussão da notícia, o vice-líder do governo, deputado Rogério Correia (PT-MG), afirmou que pedirá o afastamento de Do Val das investigações do CPMI do 8 de Janeiro. No entanto, o senador garantiu que estará na próxima reunião da comissão, prevista para a terça (20).
“Mesmo que me afastem da comissão, que eu não esteja presente, isso não vai impedir que eu passe informações a outros parlamentares”, comentou.
‘Perseguição’ de Moraes
O senador disse que viu a operação como uma “perseguição” do ministro Moraes e do ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele também afirmou que esperava ser alvo da Polícia Federal desde abril. Para ele, a “vingança” de Moraes tem a ver com o pedido de convocação do ministro para a CPMI do 8 de Janeiro. “Já estava esperando, mas não no meu aniversário”. Ele completou 52 anos nesta quinta.
“Eu também sabia que o Flávio Dino estava para fazer alguma coisa contra mim. Já estava esperando essa busca e apreensão desde março e abril, quando soube que Dino faria essa operação”, completou.